terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Surdos defendem permanência de escolas especializadas bilíngues

Extraído de: Assembléia Legislativa do Estado do Ceará - 10 de Dezembro de 2009

A comunidade surda defendeu a permanência das escolas bilíngues durante audiência pública que tratou da atual situação do Instituto Felipe Smaldone. A audiência, realizada na tarde desta quinta-feira (10/12), lotou cinco auditórios do Complexo de Comissões da Assembleia Legislativa. O debate foi promovido em conjunto com a Câmara Municipal de Fortaleza, por iniciativa dos deputados petistas Artur Bruno e Rachel Marques, e dos vereadores João Alfredo (PSOL) e Guilherme Sampaio (PT).

Durante a audiência, entrou em pauta a discussão das novas diretrizes do Ministério da Educação (MEC) para a educação de surdos, que recomenda a obrigatoriedade da matrícula dos alunos com deficiência auditiva no ensino regular. A comunidade surda, temendo a extinção das escolas especiais bilíngues, escreveu um manifesto em defesa da permanência do ensino especializado.

Para Rachel Marques, que é presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Deficiência da AL, "a proposta do MEC busca uma política de educação inclusiva, que visa que todas as escolas possam assegurar a educação". No entanto, a petista ressalta que as escolas especializadas para surdos não podem deixar de existir e os recursos para elas continuam garantidos. O presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Casa, deputado Artur Bruno, também destacou que "a educação especial é uma política fundamental na educação do País".

"Ao invés de ser um processo inclusivo, vai ser um processo que exclui", disse o vereador João Alfredo, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, sobre as novas diretrizes do MEC. Para ele, a resolução pode ser a "sentença de morte" das escolas especializadas. "Nós estamos diante de outra linguagem, que não permitiria o conhecimento dos alunos se eles fossem jogados em outras escolas", completou João Alfredo. Para Guilherme Sampaio, presidente da Comissão de Educação da Câmara, "não se pode desenvolver e impor uma metodologia educacional sem ouvir aqueles que sofrem a exclusão". Segundo ele, a preferência dos surdos é por uma escola bilíngue. A Miss Ceará 2008, Vanessa Vidal, destacou a importância que "cada um possa entender as barreiras e os preconceitos encontrados nas escolas formais". Também participaram da audiência a presidente da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos, Ângela Maria Sá Ferreira; a diretora do Instituto Cearense de Educação de Surdos, Juliana Brito Marques dos Santos; a presidente da Comissão de Educação Inclusiva da UFC, Vanda Magalhães Leitão; e a vice-presidente do Conselho Estadual do Fundebe, Keila Leita Chaves, dentre outros representantes da área da educação.

Autor: Coordenadoria de Comunicação Social

Nenhum comentário:

Postar um comentário